Toda criança tem tiradas engraçadas, interessantes e fofinhas. Com o Leo não poderia ser diferente, considerando que é uma criança superinteligente e espirituosa. Quando ele começou a falar, resolvi deixar sempre à mão um caderno com uma caneta pra anotar suas "pérolas". Acho interessante poder compartilhar essas lembranças doces e às vezes engraçadas com ele. E agora vou compartilhar uma dessas tiradas fofinhas com vocês.
Dia desses, ele apontou pra uma das fotos afixadas no painel do quarto, e perguntou: "Mamãe, essa foto é dos velhos tempos?". Era uma foto pequena, preto e branco, que retratava meu irmão e eu, por volta dos sete anos de idade, em pé na frente do títi-títi, um fusquinha cor de café-com-leite, ano 67, que era do meu pai.
O simpático fusquinha ganhou esse apelido carinhoso por causa do barulhinho do motor: títi-títi, títi-títi, títi-títi... estávamos felizes e sorridentes na foto e isso me fez lembrar o quanto meu irmão e eu éramos próximos naquela época. Brincávamos sempre juntos, tínhamos amigos em comum, era bom demais. Lembrei também do entusiasmo do meu pai, quando convidava a família pra um passeio ou viagem. Ele sempre sugeria programas muito interessantes, e a gente ia feliz da vida.
O que mais tem nessa casa são fotografias. Muitas delas são preto e branco e foram tiradas com a Rolleiflex do meu pai. Uma foto mais linda que a outra. Não restam dúvidas de que herdei dele também o gosto pela fotografia, o prazer em registrar os doces momentos da vida. Olhar essas fotos nos levam a viajar pelo tempo. Ou melhor, pelos velhos tempos. Que pra mim não são tão velhos assim, mas pro meu filho deve parecer séculos atrás.
As fotos da lua-de-mel dos meus pais, que aconteceu em meados de janeiro de 1965, em Ilhabela, são as mais belas, doces e poéticas de todas. Tem também registros de piqueniques em família, ocasiões em que minhas tias exibiam elegância com seus vestidos acinturados ou calças cigarrete e sapatilha, bem ao estilo sessentinha. Tem fotos de todas as festinhas de aniversário, com muitas guloseimas sobre a mesa e muita, mas muita gente mesmo em volta dela. Até hoje não sei como cabia tanta gente naquela casa.
Minha tia Leilah, irmã mais velha do meu pai, morava com meu tio Alberto e meus primos, Gina e Betico, na casa da frente. Nós morávamos na casa do fundo. A casa era bem simples, mas tinha um bom quintal na frente, com direito a uma espécie de tanque - que de vez em quando a gente transformava em piscina - um canteiro com palmeira e alguns gatos. Foi a tia Leilah quem me ensinou a fazer tricô (o pouquinho que sei) e sempre me incentivou a estudar. Já a minha querida e linda prima Gina foi protagonista da primeira lembrança que tenho de uma pessoa apaixonada: lá estava ela, em pé, na sala, com seus longos cabelos lisos e loiros, ouvindo e cantando baixinho, sorridente e sonhadora, a música "Do you wanna dance", do Johnny Rivers (http://letras.terra.com.br/johnny-rivers/67477/). Acho essa música linda até hoje. Por que será?
Bons tempos aqueles...
Bons tempos!
ResponderExcluirMuito bom!
BejozzzzZZZ
Chico
Adorei Cláu!!
ResponderExcluirMe fez viajar e recordar os meus velhos tempos também, obrigada.
Beijocas e saudade.
Léa