quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Lapsos e colapsos

Quem me conhece sabe que eu adoro dar risada.  Mas isso não significa, em hipótese alguma, que eu gosto de qualquer tipo de humor ou brincadeira.  Não vejo a menor graça, por exemplo, em programas de humor como Zorra Total.  Digamos que estou mais para o humor da Grande Família ou do extinto Cilada, do Bruno Mazzeo (Multishow), entre outros. 

Com relação a brincadeiras, eu não gosto de nenhuma que envolva qualquer tipo de violência, por mais inocente que pareça.  Nunca participei de trotes na faculdade (uma vez fingi que era professora de Física na Belas Artes, mas isso não machucou ou ofendeu ninguém), nem daquelas ovadas sem graça pra "comemorar" os aniversários de amigos.

Curioso é que, apesar dos nossos princípios, em algum momento acabamos nos envolvendo em situações que abominamos em decorrência de "lapsos de bom senso" que afetam qualquer ser humano.  Outro dia vi uma mulher usando aqueles modeladores de corpo cor-da-pele no ônibus e lembrei de uma dessas experiências tristes protagonizadas por mim. 

Alguns colegas de classe do primeiro colegial, no Colégio Carlos de Campos, tinham mania de acender um isqueiro naquele vão entre o assento e o encosto das cadeiras pra esquentar a bunda dos colegas. Num "belo" dia, eu resolvi aderir a essa brincadeira de péssimo gosto com a menina que sentava na minha frente.  Ela não era das mais bem-humoradas e acho que não gostava muito de mim.   Assim que dei início àquela experiência infeliz, ela fez um baita escândalo: parece que a chama do isqueiro esquentou demais o modelador que ela usava sob a camisa branca da escola (fato que eu ignorava, é claro).  Conclusão: tive que pagar um modelador novo pra ela com o dinheiro que eu estava juntando pra comprar um presente pro meu namorado...

Nos dois anos seguintes, a interação aumentou com os meninos da sala de aula ao lado da minha, que tinha muitas meninas.  Virava e mexia, um deles se oferecia pra pular o muro da escola pra comprar pastel na feira livre da Rua Oriente.  A bedel ficava louca, não queria deixar ninguém sair de jeito nenhum, mas sempre se dava um jeito.  Mas quando não tinha feira, nos contentávamos com os lanchinhos preparados em casa mesmo.  Geralmente, embrulhávamos os pães ou frutas em pedaços de papel alumínio pra carregá-los na bolsa. 

Num belo dia, começamos a fazer guerra com bolinhas de papel alumínio e um dos meninos acertou em mim. Primeiro, eu ri; depois, me enchi de coragem e força, mirei e atirei a bolinha de volta, crente que iria acertar no moleque.  Mas eu nunca fui boa de mira e já devia saber que aquilo não daria certo.  Acabei acertando a bolinha em cheio no meio da testa da menina mais fresca da sala: Maria Rita (cujo nome acompanhava um apelido que não posso divulgar aqui).  Minha primeira reação foi abaixar sob a carteira e rolar de rir.  Depois de me recompor, pedi desculpas à moçoila, que estava praticamente em estado de choque.

Tenho que admitir que essa última experiência, apesar de infeliz, rendeu muitas risadas entre minhas amigas por muitos anos.  Mas não lembro de ter me envolvido em outras enrascadas desse tipo.  E, sinceramente?  Prefiro assim, viu?

Nenhum comentário:

Postar um comentário