(IN)quietude
Quando eu era
adolescente, o colunista social Giba Um destacava
o que era IN/OUT na página do jornal. Em outras palavras, ele apontava as
tendências mais fashion e o que era, digamos, demodê. Ao mesmo tempo em que eu tinha uma certa curiosidade de
saber o que era considerado aceito e rejeitado pela sociedade, eu me perguntava como era possível alguém estabelecer
esse tipo de regra. Quais eram os padrões
ou parâmetros adotados? Por que e como
alguém poderia considerar aquilo verdadeiro?
Como era possível dar alguma credibilidade àquilo? Se estava ali, era lido. Se era lido, deveria fazer algum sentido. Certo? Não necessariamente.
Muitos anos
se passaram. Tempo suficiente pra que eu
percebesse que tudo o que é imposto de e para a sociedade não passa de “bullshitagem”. Traduzindo: coisa de quem não tem mais o que fazer. Na minha verdade, ser IN é olhar para dentro
de si, identificar seus sentimentos, desejos, suas tristezas e
frustrações. Ser IN é respeitar a sua
história, os seus valores, a sua índole.
É dar ouvidos às suas necessidades, aos seus sonhos. É assumir sua personalidade. O seu quadril largo. Ou a sua magreza. Ou as
suas pernas grossas. Ou seus delicados
gambitos. Ou assumir que não gosta de comida japonesa.
No meu
universo particular, ser OUT é olhar somente para fora e esquecer de olhar para
si próprio. É dar valor a padrões
impostos por sabe-se-lá-quem. Ser OUT é
não ter o cuidado de entender quem você é e o que você quer. É se deixar influenciar por esse conjunto de
futilidade desinteressante e vazio. É deixar de comer pizza porque precisa emagrecer só pra ser aceita por não-sei-quem.
Mas esta é
somente a minha verdade. Talvez a sua
verdade seja diferente da minha. E tudo
bem. No meu universo, as diferenças são
fonte de conhecimento, troca e, mais importante de tudo: respeito.
In ou Out, eis a questao.
ResponderExcluirGostei do seu ponto de vista.
Sempre me achei In, neste seu conceito, mas ja me vi sendo Out. Sabe quando vc ve uma pessoa com uma camisa verde e uma calca rosa? Ofusca... Out.
Nao vou me tatuar para desfilar In na praia, e nao pretendo dizer que acredito no que nao acredito so para nao parecer Out. Autenticidade! Nada de In ou Out: isto e coisa para quem perde tempo sendo seu proprio personagem sem ser seu proprio ser.
É bem por aí mesmo. Autenticidade é In pra mim - mesmo que não agrade aos outros. Ah, e como é bom ser assim...
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